Noesis

 Sempre escrevo em meus textos a respeito de situações do cotidiano. Sobre a pandemia, talvez seja o mais doloroso de se escrever. Atingimos a marca de 250 mil mortos por esta odiosa doença. Nosso estado, Santa Catarina, sofre a pior fase da doença com o colapso do sistema de saúde  sem vagas para internação básica, quem dirá sobre a questão do Covid. É um caos total. É desolador saber que tem pessoas sendo intubadas em corredores e pronto atendimentos por falta de espaço. Tentaremos aqui abordar os motivos que levaram a chegar a situação grave que estamos passando.  No que tange a situação de colapso, acredito que todos os lugares passarão por isso. Primeiro foi o Amazonas, agora somos nós catarinenses. O que me preocupa é o sentimento de negacionismo da população, principalmente os barriga-verde daqui. Foi aqui que essa direita extrema vingou e vingou com força. Foi aqui que esse sentimento de "gripezinha" e de não ser nada imperou, principalmente nas festas de fim de a...

 Nos últimos dias vimos o retorno gradativo das aulas presenciais nas redes escolares. No tempo que vivemos, devastado pela Pandemia do COVID-19, vê-se que a educação teve um salto de transformação, tanto no sentido estrutural, quanto no sentido pessoal. Neste texto, abordaremos a construção de conceitos, e a implicação da pandemia neste meio.  Para fundamentar nossa reflexão, usarei o conceito de Rizoma dos filósofos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari, e a forma como eles concebem a criação de conceitos e a relação que há com a pandemia. Os filósofos diziam que a organização dos elementos não segue linhas de subordinação hierárquica, com uma base ou raiz dando origem a múltiplos ramos, mas pelo contrário, qualquer elemento pode afetar ou incidir em qualquer outro. Em um modelo arbóreo de organização do conhecimento, diziam eles, como as classificações das ciências, existem elementos maiores que subordinam os demais, mas o contrário é invalido. No modelo rizomático, qua...

 Antes de iniciar minha reflexão essa semana, queiram me desculpar, meus assíduos leitores, minha ausência nos últimos dias. Estive extremamente atarefado, com o início do ano letivo, tanto escolar quanto acadêmico. Prometo semana que vem normalizar, e voltar a escrever toda segunda e quinta feira. Prometo. Neste dia, me ative a escrever sobre as um conceito do fílósofo francês Michel Foucault, sobre os signos e significados. No livro, As Palavras e as Coisas, ele descreve o que hoje é perceptível no mundo pós-moderno que vivemos. Nem sempre as palavras dizem as coisas, e nem sempre as coisas são expressas em signos.  Foucault descreve, em linhas gerais, como durante a história da humanidade esta relação entre signos e significados foi ficando mais próximas ou mais distantes. Analisarei no mundo que vivemos, a relação um tanto quanto problemática entre os os dois termos.  Quando olhamos com mais afinco para o mundo contemporâneo, identificamos a crise que há no discurso e...

 Entre os temas filosóficos e psicanalíticos que abordo, um que me chama a atenção é o discurso. Interessante, na parte da estrutura do discurso do outro,refletirmos a nós mesmos e nosso inconsciente. O filósofo e psicanalista que escreve sobre é Jacques Lacan, do qual já escrevi em textos anteriores. Neste, escreverei sobre uma frase célebre dele " Você pode saber o que disse, mas nunca o que o outro escutou".  No mundo pandêmico que vivemos, muitas são as informações desencontradas . As vezes por desinteresse, outras por maldade, outras por método. Na psicanálise lacaniana, sempre o discurso é algo importante. Vê-se, que na fala do outro que reafirmamos o que somos. Quando o discurso é distorcido, nem sempre o emissor é compreendido. Por isso que a frase de Lacan é pertinente, principalmente no mundo pós-moderno e volátil que estamos. O fala discorrida, molda e diz muito daquilo que somos. Portanto, ter compromisso com o que se fala é muito importante. Quando Jacques Lacan ...

 No dia 1 de Fevereiro a Força- Tarefa da Operação Lava Jato deixou de existir no Paraná. Segundo a Procuradoria Geral, os designados foram transferidos para a GAECO, e que a sucursal de Curitiba, que existia de 2014 foi extinta. Aqui, breves palavras vou expôr o que sobrou de tudo isso e o estrago que causou ao país. No ano passado, escrevi um texto sobre a Lava Jato e a força de poder que exercia e exerce no Brasil. Dallagnol e  Moro protagonizaram um das mais vexatórias e excusas formas golpe e ódio político na história do país. Hoje, colhem as desgraças que semearam, um retirado pela porta dos fundos da Lava Jato por ter tendência de ódio exacerbado e cego principalmente ao PT, o outro, se enveredou para a política, e como o processo político é auto- imune, ja o jogou para a sarjeta. Penso que é pouco, pelo prejuizo que causaram a nação. A hstória contará o que sobrará destes dois golpistas interesseiros. A história contará. Sobre o fim deste mecanismo de golpe, acredito q...

Um assunto pertinente a época vivencial que estamos é a forma volátil que permeia as relações humanas. O autor que mais discorreu sobre o assunto foi Zigmunt Bauman, filósofo e sociólogo, pai do conceito de liquidez social. Acredito ser um dos pensadores mais pertinentes no nosso tempo, pois o que mais se vê é o relativismo em nossas relações. Veremos alguns pontos.  No seu pensamento, Bauman discorria sobre as relações humanas que um dia foram duradouras e que hoje, pelo mundo globalizado e tecnológico foi se desfazendo, ou como ele próprio diz, se liquefazendo. Como características, esse mundo líquido tem uma definição dos indivíduos a partir dos produtos e informações que ele consome, uma competição individual em detrimento de tudo que for coletivo, fluidez, imprevisibilidade, incertezas e tantos outros que definem para onde caminha a sociedade pós moderna.  As relações que eu faço, se dão no campo econômico, político e psicanalítico. Analisando o campo da economia, a liqui...