Noesis

Para os cristãos católicos adentra-se a Semana Santa, aonde teremos a recordação do Tríduo Pascal, a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Chama-se Semana Maior, por ser a mãe de todas as demais, por conter nela a centralidade da fé católica, todos os mistérios da fé contida nela mesma. Analisemos o fenômeno Jesus e seus desdobramentos nesta semana que adentramos.  Dentro das solenes liturgias que a Igreja celebrará, tem-se a da Ceia do Senhor, na Quinta-Feira. Históricamente, Jesus ceou com seus discípulos de acordo com os preceitos judaícos, instituindo assim, a Eucaristia, próprio Cristo feito Pão e Vinho, Corpo e Sangue, princípio e fim da humanidade e o sacerdócio ministerial através dos apóstolos. Uma celebração com a sensação da despedida, que o Senhor iria entregar-se de corpo e alma a cruz. Forte os gestos do Cristo a acalmar e cear com seus discipulos felizes, sem saber o que iria acontecer. Doação total. Na sequência, tem-se a Sexta- Feira maior. Dia de silêncio ...

 Tristemente, no dia de ontem alcançamos a trágica marca de 300.000 mortos em decorrência do Coronavírus. Uma marca dessa ninguém quer passar. Culpados? Todos nós. Inoperância? Sim, de um governo federal omisso e genocida, e dos estados e mnicípios que estão imersos nesta crise sanitária sem precedentes e a cada um de nós que as vezes temos  a sutil sensação que não é nada. O resultado está ai.  Hoje não quero escrever, quero lamentar. Lamentar cada pessoa perdida, cada família que chora, cada pessoa que foi afetada direta ou indiretamente por esta praga que é essa pandemia. Lamentar, apenas lamentar. O silêncio que fazemos agora é em respeito a tantos que foram. Não escolhe classe, nem dinheiro, nem poder. Todos estamos devastados de tanto dor. Meus sentimentos a todos. Meus sentimentos ao Brasil, que a cada dia vai falecendo junto com seu povo.  O que nos resta é lamentar.

 Ontem, após um dia atarefado mesmo sendo domingo, resolvi assistir novamente o filme Matrix (1999) e perceber o cunho filosófico que tinha no seu enredo. Dentre as mais variadas passagens que o filme aborda, desde a Alegoria da Caverna de Platão, a distinção de real e virtual e o que abordaremos hoje, os Simulacros e a Simulação,  conceitos desenvolvidos pelo filósofo francês Jean Baudrillard e aparece em uma das cenas do filme, e que já havia ouvido falar, mas nunca tinha prestado atenção.  Simulacros e Simulação é um tratado filosófico que este pensador pós-moderno escreveu em 1981 onde discutia as questões sobre a realidade os símbolos e a sociedade. A questão central é o modo como estes símbolos e signos se relacionam e se correspondem na realidade existência que é simultânea. Baudrillard afirma que a sociedade atual substituiu toda a realidade e siginificados por símbolos e signos, tomando a experiência humana uma simulação da realidade. Além disso, esses simulacros...

 A aproximadamente um ano estávamos convivendo com as primeiras restrições de vida a respeito da COVID-19.  Até então, víamos nos veículos de imprensa falar sobre os casos na China e depois na Europa e como era de se esperar chegou nas Terras de Santa Cruz. Começamos acreditando que era algo passageiro e que, na verdade se tornou uma das maiores guerras biológicas que o bicho homem enfrenta na história. Analisemos alguns pontos deste terrível ano que passamos.  No início em Março de 2020, iniciou-se uma corrida contra o tempo para achar antídotos e meios de controle e extermínio deste vírus. O que vimos primeiramente, e falando sempre de nossa realidade tupiniquim, foi de que o isolamento social foi ( e ainda é) a melhor forma de controle da dissseminação pandêmica. Nos primórdios assim foi feito. Um exemplo foi o estado de Santa Catarina, que nesta época, a um ano faria o bloqueio quase que total da estrutura de sociedade, ficando apenas os serviços mais primitivos e ess...

 Em meus escritos, sempre tento fazer a argumentação sobre  o ser humano e sua interação social, tanto na política, filosofia, psicanálise ou na religião. Nos últimos dias me espantou algumas atitudes, que a tempos vinha percebendo mas nunca tinha escrito sobre. Escrevo hoje sobre a verdadeira face do homem a partir dos fenômenos políticos como o Bolsonarismo, e como isso modifica o conceito de ser homem.  Primeiro, definir o que é o homem é algo um tanto quanto utópico, visto a vastidão que o bicho homem é. As várias nuances, várias facetas e formas de ser e reafirmar o que é o homem. Apenas verifico, que durante a história o ser humano foi se aprimorando, mas de um tempo para cá, invés de progredir começou a regredir e explico o porquê. Para isto, farei um recorte da política, principalmente no Brasil para entender a regressão do homem brasileiro neste período.  Venho analisando essa mudança de postura do brasileiro, aqui ressalto que estou falando da maioria, ou d...

 Excepcionalmente, escreverei na quarta feira, pois constumo escrever nas quintas, haja vista os desdobramentos da anulação das condenações do ex-presidente Lula decorrente dos vicios e ilicitudes do ex-juiz Sérgio Moro, e o épico discurso proferido pelo Lula, no fim da manhã de hoje, na sede do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo. Vamos analisar alguns pontos e os desdobramentos da fala do ex-presidente. Primeiro ponto que quero abordar é o local. Lula profere seu discurso do lugar que o projetou para ser um dos maiores estadistas que este país tem. O sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo mostra o conforto que ele tem ao falar alicerçado no espaço em que travou suas lutas sindicais, suas primeiras batalhas por condições mais justas de trabalho, desafiando não só a estrutura de trabalho, mas também a estrutura política da época, a triste Ditadura Militar no Brasil, já despontando como um ícone de esquerda. O espaço fala por si e enche de orgulho o Lula por sabe...

 Neste dia dedicado as mulheres, resolvi escrever sobre a força feminina na história, através da Filosofia e nos dias atuais.  O dia existe de acordo com as lutas femininas por condições igualitárias com os homens, no tocante a emprego e renda principalmente. Se difundiu com força na Europa e nos EUA no início do sec. XIX. Em 1975, a ONU decretou o dia 8 de Março como o Dia Internacional da Mulher, com objetivo de celebrar as conquistas das mulheres no âmbito social, político e econômico.  No tocante a Filosofia, recordo três nomes femininos. A esposa de Jean Paul Sartre, a filósofa Simone de Beauvoir, a filósofa política judia Hannah Arendt e a marxista Rosa de Luxemburgo. Três mulheres, cada uma a seu tempo e espaço contribuiram muito a um universo que majoritáriamente era masculino.  Simone de Beauvoir, uma das maiores pensadoras do existencialismo, no tocante ao papel preponderante feminino frente a concepção apenas procriativa, mostrando que a mulher tem seu esp...

 Nos últimos dias, vimos o agravamento da pandemia do Coronavírus.  Resolvi aproveitar o Tempo Quaresmal, momento reservado aos católicos de resguardo na espera ansiosa pela ressurreição do Cristo, aliado ao pensamento do filósofo alemão Immanuel Kant, no tocante do Imperativo Categórico e a relação com o chamado Lockdown. Sabe-se que a melhor forma de controle do contágio do Coronavírus é o isolamento social. As pessoas devem entender que quanto maior o isolamento, ou seja, quanto menos circulação de pessoas em todas as esferas, a probabilidade do contagio é menor. O que não pode é  ter e a sutil sensação de negacionismo. Acreditar que não exista pandemia. Ai qualquer tipo de controle se torna inútil, colocando sua vida e principalmente dos demais em risco. Não existe remédio, que evite ou que controle, se dizem que existe, pra mim, é conversa fiada. A vacina? No Brasil? sem condições. Portanto, ainda sim, evitar a circulação é o melhor remédio para esta peste que nos as...

 Dentro dos escritos filosóficos que tenho me aprofundado ultimamente, estão os do filósofo francês Michel Foucault. Dentre os mais variados assuntos que ele aborda, hoje falarei sobre o sujeito e o exercício do poder e a correlação que há entre eles.  Importante conceito no tempo que vivemos, o poder se projeta no pensamento de Foucault não de forma dedutiva, ordenada, mas sim de forma indutiva, quando ele analisa não o poder pelo poder, mas sim os mecanismos pelos quais esse poder é inserido e como repreende e coibe os corpos. Ele abandona a tese de verdade construida, conservadora, para se ater ao que ele próprio funda que é o biopoder, o poder entremeado nas situações corriqueiras da sociedade.  Neste sentido, o poder em qualquer sociedade precisa de uma delimitação formal, precisa ser justificado de forma abstrata o suficiente para que seja introjetado psicológicamente, a nível macrossocial, como uma verdade universal. Desta necessidade, desenvolvem-se as regras do d...