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Mostrando postagens de fevereiro, 2022

Governos da Redemocratização: Dilma: do PAC ao Impeachment

 Continuando nossa saga sobre os governos pós ditadura militar, chegamos a 2010 com o fim da era Lula e as eleições que elegeriam um novo presidente. Partiremos do princípio da eleição de Dilma, passando pela sua reeleição e por fim seu vergonhoso impeachment em 2016. Para entender o que foi Dilma, precisa entender quem ela é na política. Dilma Rousseff foi ministra das Minas e Energia e depois da Casa Civil do governo Lula. Foi apelidada de "mãe do PAC" por ser a idealizadora e depois executora do programa de aceleração ao crescimento. Como foi algo que lhe deu crédito, ela foi colocada por Lula como candidata do governo do PT para o palácio do planalto.  Com a alta popularidade do governo Lula, Dilma venceu José Serra do PSDB em um segundo turmo com folga até.  Em 1/1/2011 assumia a presidência da república, a primeira mulher presidente do nosso país. Fato inédito e histórico para a representatividade feminina. Em seu governo, foi mantido e ampliado todos os programas s...

Os afetos em Lacan

 Paralelamente a sequência de textos relativos a história política brasileira, continuarei escrevendo sobre filosofia e psicanálise. Neste texto, escreverei sobre os afetos e suas consequências no desenvolvimento psíquico do sujeito.  Como um bom leitor de Jacques Lacan, partirei do princípio de que afeto para ele é uma manifestação pulsional, que não seria de forma imediata, bruta, mas sim a deriva de forma deslocada, invertida do sujeito.  O afeto é algo que nos move, nos desloca do ponto onde estamos. Ele é aquilo que mexe com o íntimo de cada um . Para Lacan, são derivações da paixão. Nisto recorre-se a Freud, quando a partir das paixões ,elenca-se três: A ignorância, o amor e o ódio. Elas, paíxões do ser, que tocam o ser do sujeito. Para combinar essas três paixões, Lacan apresenta o simbólico , produto da ignorância, o imaginário, produto do amor e o real, produto do ódio. . Tudo isso na constituição do ser.  Se analisarmos cada ponto explicitado, percebe-se a ...

Governos da Redemocratização: Lula II: Da Frente Popular ao Governo de Coalizão

 No texto anterior, falamos sobre as condições, a eleição e o primeiro mandato popular do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje, falaremos sobre a arquitetura que o levou para o pleito pela sua reeleição e seu segundo mandato posteriormente. Atentemos a eleição primeiro.  Em 2006, a aprovação do 1º mandato de Lula era gritante, lhe colocando como candidato natural a reeleição. Seu mandato tinha dado certo. A frente popular tinha executado o que se propôs a fazer, tendo crédito com a população. Contra Lula, se colocou o brilhante governador de São Paulo, apadrinhado político de Mário Covas, o médico Geraldo Alckmim pelo PSDB, e mais dois candidatos chave para entender a dinâmica desta eleição: Heloísa Helena, senadora de fala forte do Alagoas, militante raiz do PT, que abriu dissidência junto com uma ala do partido e fundou o PSOL- Partido Socialismo e Liberdade sendo uma contumaz crítica da forma política que Lula conduzira seu governo, e o senador pelo Distrito Federal, ...

Governos da Redemocratização: Lula - A Frente Popular ascende ao poder

 Continuando nossa série de textos a respeito dos governos que o Brasil elegeu depois da Ditadura Militar, hoje falaremos daquele que se tornara um dos maiores estadistas pós Getúlio Vargas, o sindicalista, torneiro mecânico, fundador do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva, que na 4ª vez que era candidato, subiria a rampa do Palacio do Planalto como 35º presidente do Brasil. Tendo já falado de suas tentativas para se eleger nas eleições de 1989,1994,1998 agora em 2002 a situação era mais favorável. O fim do governo FHC foi melancólico perto do início. Baixíssima popularidade fez com que a tentativa do PSDB de colocar seu ministro da saúde, José Serra fosse um fracasso. Na oposição, Lula se colocara pela quarta vez candidato a presidente, mas com um discurso menos radical, mais polido e de coalizão pelo Brasil. Foi apelidado de " Lulinha paz e amor". Com isso, angariou apoio de setores que em sonhos jamais o teriam dado em eleições anteriores, como o setor de ...

Governos da Redemocratização: Império de FHC

 Como expus no texto anterior, em que vou falar dos que foram legitimamente eleitos pelo voto popular, portanto Itamar Franco e Michel Temer terão um texto a parte, pois foram os vices que assumiram após seus antecessores serem defenestrados do poder, hoje em progressão histórica falarei dos anos de Fernando Henrique Cardoso na presidência da república de 1995-2002. FHC. como carinhosamente foi apelidado, é um professor, sociólogo mundialmente renomado, com livros publicados em vários países e tendo lecionado em várias universidades das mais famosas do mundo. Foi um daqueles que nos anos de chumbo foi exilado no Chile, depois na França antes de poder retornar ao país. Seus ideiais para a época eram muito revolucionários, coisa que depois ele abandonou em seu governo abraçando amorosamente o neoliberalismo. FHC foi um dos grandes estadistas que tivemos em nosso país, e mesmo com muitas idiossincrasías em si, foi de grande importância para o Brasil suas medidas e seu governo.  P...

Governos da Redemocratização: Era Collor

 Em 2022 teremos as eleições novamente. Nesta vez, votaremos para deputados estaduais e federais, trocaremos 1/3 do senado federal , nossos governadores e a chefia alta do país: Nosso presidente. Para tal, farei 5 reflexões para recordar a história política e como ela se repete, sobre os governos legitimamente eleitos e um texto a parte sobre os "vices" no Brasil. Aqui ressalto que falarei dos que foram eleitos pelo voto popular não colocados por colégios eleitorais, como o caso do Tancredo Neves que depois faleceu dando lugar para os 5 anos de governo Sarney. Um dia falarei do rei do Maranhão, que depois foi para o Amapá. Aqui, começaremos por 1989 e a eleição do presidente Fernando Collor de Melo e tudo que se desvelou depois.  Para entender o fenômeno Collor precisa voltar a eleição de 89. Vários candidatos se apresentaram, mesmo porque o povo não via uma eleição desde 1961. Durante toda a égide do governo militar poucas vezes pode-se votar, portanto praticamente uma novid...