Depois de um tempo fora dos escritos, por inúmeros motivos ou desmotivos, estamos de volta para mais um ano de análises sobre os fatos que nos cercam. Resolvi começar o ano falando da volta (ou quase) de Donald Trump a Casa Branca. Iria escrever na época da eleição mas resolvi escrever agora com sua posse em 20 de Janeiro de 2025 para mais um mandato como presidente de um dos países mais poderosos do mundo.
Primeiramente, deve-se olhar para os EUA e a condição que se encontra. Foi extremamente importante para a volta dele. Um país que vive uma crise econômica que resultou em uma inflação, algo que o americano não sabia lidar, aliado a um governo desastroso em vários aspectos como foi do democrata John Biden. No fim, com a popularidade extremamente baixa, desde o princípio, sempre teve a sombra de Trump no seu encalço. Este, nunca deixou as trincheiras da eleição. Na derrota em 2020, acusou de sabotagem, ajudou na insurreição do Capitólio e continuou andando o país com sua agenda ultraconservadora, protecionista e negacionista. A cada movimento desarticulado de Biden, crescia o nome do republicano para voltar. Neste sentido ele foi naturalmente sendo o nome cotado para a disputa de 2024. Com a trapalhada dos democratas ao colocar Biden para a reeleição, mesmo sem condições físicas, expõs um partido fragmentado e desasjustado. Na renúncia de Biden à disputa, ficou para sua vice, Kamala Harris disputar, algo que naquela altura já estava no nocaute final. Sacramentada a vitória de Donald Trump, faz-se necessário analisar alguns fatores que fizeram com que o magnata voltasse para a Casa Branca.
O primeiro fator é a comunicação. Mesmo estando com o suporte do megamilionário Elon Musk dono do X (Ex- Twitter), o próprio Trump teve uma conexão sinérgica com o americano, o legítimo nascido e até com os imigrantes, que ele tanto rechaça. Nos seus comícios, sempre carregados e inflamados, não deixava de falar para todo o cidadão. Mesmo que tenha contra si discursos contra as minorias, conseguiu atingir tratando todos como cidadãos, nem maiores nem menores que os demais, apenas cidadãos. Isto foi a façanha que fez com que atingisse a maioria das pessoas. Seus comícios eram verdadeiros shows, regados a suas frases de efeito " Americam First" ou "América Primeiro" e o slogam clássico utilizado por Ronald Reagan em 1980 " Make America Great Again" " Torne a América Grande Novamente", despertando o sonho nacionalista e patriótico dentro de cada americano. Sem contar a sua maravilhosa dança de " YMCA" da banda Village People. Estas situações, por mais caricatas que sejam, é aquilo que conecta as pessoas com o candidato. Por isso a vítoria de Trump passa por uma comunicação exímia que conseguiu atingir o americano. Enquanto os democratas com Kamala falava em minorias inferiorizadas, os republicanos com Trump atropelaram ao tratar (no discurso) todos como cidadãos. Só neste quesito, trazendo à nossa realidade brasileira, foi um "7x1" feio.
Outro fator é o desastre do governo Biden. No aspecto das relações externas, uma queda de braço com a Rússia na questão da guerra com a Ucrânia e o gasto excessivo com isso. Nas relações internas um processo de desgaste gerado pela insegurança econômica e uma inflação crescente. Qualquer um que viesse com um discurso de resolução destes quesitos seria um dreno de votos. Trump surfou nas trapalhadas de Biden para alavancar sua vitória. E conseguiu.
Por fim, chegou o dia de sua posse. Na presença protocolar dos ex- presidentes Bill Clinton, George Bush, Barack Obama juntamente com os patrocinadores de sua campanha como o Elon Musk, Mark Zuckerberg reafirmou todos os seus devaneios psicóticos, como de anexar a Groelândia, mudar o nome do Golfo do México, tomar o Canal do Panamá entre outras. Tudo fumaça para contentar a meia dúzia dos fanáticos loucos. De algo concreto, decretou nas suas primeiras medidas o fechamento total das fronteiras, a saída da Organização Mundial da Saúde, OMS, do acordo bilateral para a sustentabilidade o " Acordo de Paris" e revogou medidas contrárias e implantou outras para a exploração de combustíveis fósseis. A agenda Trump de protecionismo nacionalista, agora turbinado com uma maioria plena nas duas casas congressistas. O tempo dirá o que será essa volta do que na verdade nunca foi.
O que esperar de Donald Trump? Nada. Absolutamente nada. Será um EUA para os americanos. Acredito que na condição que a oposição democrata se colocou e colocou o país era algo até necessário a volta. Para o americano que vive e constrói a vida nos EUA, Trump é melhor que Biden. Trump é complicado para o restante do mundo, mas para quem vive no regime americano, na condição que está, era o que se tinha.
Isto serve de alerta para todo o partido que tem como agenda um espectro de centro mais a esquerda: Precisa urgentemente acordar para a nova era da comunicação em massa. Chega desse discurso e pauta minoritária, meio ambiente, ou como a gente fala no trocadilho " pelos frascos e comprimidos" ou seja "pelos fracos e oprimidos". Precisa de um discurso que impacte na vida cotidiana das pessoas. Naquilo que elas podem enxergar, experimentar e vivenciar todo dia.
Enfim, das aparições em filmes, das frases de impacto, das dancinhas instragamáveis de Village People, com vocês a volta dos que nunca foram:
Donald Trump é novamente, presidente dos Estados Unidos da América.
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