No último sábado, dia 19 de Setembro, Paulo Freire completaria 99 anos. Resolvi render uma homenagem a este grande filósofo da educação que deixou marcas indeléveis na história deste país. Na sua biografia, consta seu pensamento fundamentado na crença de que o educando assimilaria o objeto de estudo fazendo uso de uma prática dialética com a realidade, em contraposição á por ele chamada educação bancária, tecnicista e alienante: o educando criaria sua própria educação, fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construido; libertando-se de chavões alienantes, o educando seguiria e criaria o rumo do seu aprendizado. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência política.
Freire foi alguém além do seu tempo. Denunciava situações alienantes, que hoje nós vemos voltar com força. O método de desmonte da educação brasileira, passa por denegrir e jogar no lixo a imagem de Paulo Freire. O script da turma que está a frente da educação no Brasil mostra escancaradamente, a preferência por uma educação alienantee pouco construtiva, transformando pessoas não em seres emancipados ou seja, donos de si, mas fazedores de coisas, meramente tecnicistas. Repito é método. Muito mais fácil você converter pessoas programadas como robôs, do que pessoas com senso crítico.
Freire foi um sonhador. Sonhava com uma sociedade mais igual, mais justa, passando pela educação como base para isto. Foi taxado de comunista, de subversivo, adjetivos que estavam no inconsciente daqueles que ajudaram na época a persegui-lo e agora, como se fosse um recalque, voltam a atacar aqueles que seguem suas ideias. Sonhar um país melhor, passa por um processo que quem está nessa neurose coletiva não enxerga: Pisar em chão firme, tropeçar em pedras, sentir o sofrimento, ver a realidade, para então julgar o mais conveniente a ser feito e agir em favor de todos. Ver, julgar e agir. Permeou o pensamento de Paulo Freire e está vivo naqueles que sonham como ele, mesmo sufocado por uma parcela que não aceita, porque vive nas nuvens de uma ilusão confortante, mas está vivo, como semente semeada pelo semeador.
Freire foi um libertador. Seu pensamento sempre esteve voltado a libertar o seu povo. Sentiu em si a distancia entre a Casa Grande e Senzala. Queria aproximar as esferas da sociedade, fazendo com que, a partir da educação, o indiivíduo se tornasse politizado, emancipado, dono de si e de suas ideias. Seria uma libertação plena do ser humano. Um ser humano consciente, capaz de agir por si, sem seu alienado como grande massa. Consumiu seus dias em favor de uma educação que não fosse um impressão de conteúdos, mas sim uma construção de conceitos, que não houvesse mais neste país, opressores e oprimidos. Freire foi um libertador, conquistou para o Brasil uma pedagogia crítica e puramente tupiniquim.
Portanto, por isso e por inúmeros outros atributos, Paulo Freire é e sempre será o Patrono da Educação Brasileira. Levantou-se por aqueles que não tinham nem vez e nem voz, tentando ser, pela educação e testemunho, o grito dos excluidos.
Que este país não se deixe levar pela onda do método relativista que toma conta em nosso tempo. Nada é por acaso. Tudo está no script. Destruir o pensamento de Freire é sufocar essa voz que ecoa ainda mais forte agora, como medo do que já foi vivido, por libertação.
Vamos fazer ecoar nosso grito que FREIRE VIVE! e vive mais forte do que nunca! Vive no coração daqueles que querem um Brasil mais justo, sem opressores e oprimidos, naqueles que não desistem, insistem em ser resistência neste país!
Repito, PAULO FREIRE VIVE!!!
Infelizmente as pessoas preferem a utopia alienadora. Cada qual quer seu lugar na sombra. Poucos vivem em Paulo Freire. Vejo nossos alunos que querem notas. Mas não querem conhecimento. Deveriam ter desejo pelo saber. Mas o único desejo é pelas coisas do mundo carnal. O mundo intelectual é desprezado pela maioria das pessoas. Mas todos querem se mostrar sábios da internet. Que mundo é esse? Mas que sigamos a viagem da loucura terrena e bestialidade.
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