Estando a uma semana do 2º turno das eleições municipais, resolvi abrir um parênteses no " detox " de política e analisar o que representa Guilherme Boulos e Luiza Erundina para São Paulo e para o Brasil.
A palavra que resume é esperança. Esperança de que há jeito de mudar esse sentimento de ódio por um sentimento de amor. Para se entender o porque de "esperança" analisemos alguns fatores.
O primeiro fator é o ódio semeado desde anos antes, mas com força maior em 2018, revestido da roupagem de "revolta contra a esquerda" capitaneada por uma ala conservadora, instruida pelo Olavo de Carvalho, e judicializada pela Operação Lava Jato, que tinha seu maior representante o inútil deputado Jair Messias Bolsonaro, que culminou a aversão da famosa ala "comunista" do Brasil. Cansei de ouvir nossa bandeira não é vermelha e tantas outras atrocidades, sem mesmo pensar no que podia acontecer. E aconteceu. Elegeram seu progenitor, Jair Bolsonaro e com ele um balde de "água suja" de políticos da famosa " renovação" que nada renovaram. Aos poucos, vai-se percebendo, duras penas, o poder do voto e o quanto reflete em nossa vida.
Outro fator a ser levado em consideração é o sentimento de inferioridade que o brasileiro tem por si próprio. Nossa sociedade é majoritariamente de pessoas de classes médias para baixo e tem a falsa ilusão de votar em pessoas abastadas dominantes, numa típica reação de projeção. Um dia quero ser como eles são. É a eterna dicotomia de Gilberto Freyre, a " Casa Grande e a Senzala". A senzala, as classes subalternas, quando tem a oportunidade de eleger seus semelhantes que irão, em tese, terem mais compaixão pelo sofrimento alheio, um " espirito", ou diria Freud, um " recalque" toma conta e votam justamente na casa grande. É a típica situação do escravo que apanha, tem a chance de sair dessa escravidão, mas não quer, e além disso, agradece por cada surra que leva. Neste sentido, que o brilho nos olhos do povo apagou. O método está seguindo seu curso. Há uma necessidade de ruptura dessa cultura do ódio.
Dentro destes fatores aparece o Guilherme Boulos, professor de filosofia e psicanalista e a grande Luiza Erundina, nordestina, primeira mulher prefeita de SP. Com um discurso de quem vive na pele a dureza do sofrimento humano, por liderar o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, MTST, Boulos, carrega consigo, não só a ruptura desse ódio entranhado e alimentado pelo Olavismo Bolsonarista, mas um ar mais leve, uma esperança a São Paulo e consequentemente ao Brasil. Ele mostra, em cada fala e em cada gesto, que não podemos desistir de nosso país, como alguns querem. Devemos reavivar a chama da esperança, o brilho nos olhos de ser brasileiro.
Boulos e Erundina mostram que o amor é mais forte que o ódio. É o olhar no olho, no sentimento das pessoas. Pessoas não são números, pessoas são gente, gente da gente, merecem ser tratados com respeito e dignidade. É um respiro a uma sociedade narcisista e egóica que pensam nos seus interesses e não no coletivo e no social. É a esperança que necessitamos.
Deste modo, quando me apontam como comunista, socialista e outros adejtivos, por apoiar Guilherme Boulos e Luiza Erundina, para mim é motivo de orgulho. Sei, com todas as letras, que estou no lado certo do jogo. Se defender que todos tenham dignidade, comida, um teto, respeito é ser comunista, quero ser.
Com Boulos e Erundina respira o Brasil, já nos aparelhos, mas respira. Não vou desistir do Brasil, vou insistir nele, por mais homens e mulheres como estes dois. A esperança não nos decepciona.
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