Ontem tive a oportunidade, mesmo em meio as tarefas corriqueiras, de acompanhar a live de Guilherme Boulos e Manuela D'Ávila discutindo os desdobramentos das eleições de 2020. Digo para vocês, meus caros eleitores, com todas as letras, estes dois, são a nova cara da esquerda no Brasil. Nesta reflexão abordarei alguns aspectos que corroboram com o título: A virada já começou.
Coloquei de título por ouvir de comentaristas políticos e a grande massa golpista e direitista, que a esquerda se acabou no Brasil. Quero dizer, que se analisarmos a história recente, do recorte da redemocratização para os dias atuais, tudo corre seu curso normal. A história, ela tem idas e vindas, ou como se diz na psicanálise, a mola e a contra-mola. Se olharmos desde os governos neoliberais e de direita de Fernando Collor, e duas vezes Fernando Henrique Cardoso, sempre tivemos a esquerda no encalço em cada eleição, disputando. A esquerda nestes 12 anos, articulou-se e organizou-se desde as bases para chegar na frente popular que colocou Luiz Inácio Lula da Silva no poder em 2002. Não foi 6 meses, foi construção de décadas. É uma mudança estrutural de sociedade, partindo do espírito da pessoa e sua função no mundo para o coletivo. É algo que parte da psiquê da pessoa, modificando o sentido de ser.
Passando os 13 anos de governo de esquerda popular, de Lula e Dilma, existiu a articulação da direita em forma da contra-mola. O que a direita não consegue fazer neste país é articulação de base, é ter capilaridade suficiente para não precisar de golpes para assumir o poder. Com a deposição de Dilma, a direita toma o poder de assalto e novamente coloca seu método odioso e perverso de controle, rezando a cartilha do neoliberalismo exacerbado e dos EUA. O que aconteceu em 2018 foi apenas consequência. A eleição do Bolsonaro, foi o "contra-espírito" incutido na grande massa, pela mídia, pela Lava Jato e assim por diante. Foi e está sendo um método de poder. Perverso, mas é método.
Aonde está a esquerda em 2018 e neste última eleição de 2020? Novamente articulando-se. Com Lula na redemocratização foi assim, agora ele passou o bastão para Fernando Haddad, Guilherme Boulos, Manuela D' Ávila e tantos companheiros que trabalham das bases para modificar o modo de pensar, o modo de ser. Já há uma mudança significativa de 2018 para esta eleição, com o 2º turno de Boulos e Manuela, vimos que o povo aos poucos está retomando a consciência de serem pessoas, não meros robôs a serviço de algo que pouco ou nada conhecem. Há sim, esperança na mudança de pensamento. O que se precisa ter é paciência.
Diferente da primeira mudança na frente popular em 2002, hoje, pela comunicação extremamente rápida, talvez não dure muitos anos para que a virada aconteça. O que vimos com o 2º turno de âmbos, foi que nas mídias sociais e principalmente entre os jovens, o banho foi grande na direita. O que me anima, é a juventude enchendo os olhos de esperança de um país melhor, de um mundo melhor, esquecendo a métrica do capitalismo do "vencedor individual" para ser pessoa que cuida de pessoa, humano que toca outro humano. Essa esperança de vencer esse ódio espalhado na sociedade como "fumaça" que despersa todos. Essa consciência me anima, tem jeito, e vai ser atingido. O povo merece ter essa esperança.
Portanto a virada já começou. A derrota de Manuela D' Avila e Guilherme Boulos foi apenas numérica. No sentido do projeto maior, eles venceram e venceram com folga. Plantaram a semente da esperança, que agora, não se arranca mais. É o começo do processo de mudança de consciência, de quebrar esse método de ódio por um projeto de esperança. Já está aí, pavimentado, semeado em meio ao povo. Bons frutos serão colhidos, e seremos muito gratos a Boulos e Manuela pelo fizeram ao Brasil. Salvaram nosso país, principalmente para a juventude que deposita essa confiança neles e na esquerda.
A virada já começou, mesmo os negacionistas negando sempre, mas para eles, a terra é plana....
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