Depois de uma semana um tanto quanto turbulenta, consegui me ater a escrever nosso costumeiro texto. Neste dia, recordarei o pensamento da filósofa judia Hannah Arendt, que sofrido os horrores do nazismo da 2ª Grande Guerra nos deixou um patrimonio filosófico vasto, principalmente no campo do poder político.
Em seu pensamento, voltado para o antitotalitarismo, ou seja, para ela, não existe um ditador que rege e governa tudo. Neste caso específico, vou me ater ao processo de sua filosofia da história, onde ela critica a distorção de fatos como uma forma de manipulação do poder para perpetuar os regimes. Isto vê-se até hoje, algo que Arendt já falava pós 1945.
Tudo se registra na História. É nela que está os acontecimentos de um determinado povo e sua relação entre si e entre os demais. A verdade, ou seja o que realmente aconteceu, pode ser distorcida de forma para se perpetuar os regimes, que tanto são autoritários, ou por vezes sutilmente democráticos. Ai vem a malvadeza. Não é só aonde se tem a brutalidade que a distorção acontece, presencia-se também aonde teríamos a sensação de igualdade que é a democracia.
No sentido da distorção da verdade histórica, ela é necessária para o biopoder, usando Foucault, no sentido de justificar um ação particular, algo que moralmente e eticamente não é aceito, ou de garantir que os fatos sejam veradeiramente revelados quando convém, assegurar a resposta desejada, ou seja, tendenciar para que seja de uma forma, e não de outra, ou reescrever a história para favorecer certas situações. Em tudo, vê-se o poder pelo poder. A distorção da verdade histórica, no pensamento da filósofa judia é necessária para perpetuar os regimes.
O pensamento de Hannah Arendt é presente em nosso tempo e não por demais um dos objetos mais procurados para estudo no campo da política. É uma reestruturação de Maquiavel. O que ela faz, é converter o rei e os seus subterfúgios de se manter de pé e o processo do poder mais capilarizado, mais sutilmente pavimentado. Mas é o poder pelo poder.
Neste sentido, Arendt vive, e como vive! Um pensamento que muito me desperta curiosidade, mesmo tendo visto rápidamente nas cadeiras da graduação. Um dia quero me aprofundar na filosofia de quem, na pele, sentiu o que o poder pode fazer.
Viva Hannah Arendt!
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