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Brasil: Ame-o ou Deixe-o

 Nestes últimos dias, muito se viu na mídia a respeito da presença das Forças Armadas no governo Bolsonaro. O barulho maior foi na mudança de comando do Ministério de Defesa e a troca dos comandos da marinha, exército e aeronautica. Vamos tentar entender o que se passa neste processo. 

O que salta aos olhos é a presença dos militares no poder. O partido dos sem voto. Não entendo a sede de poder em quem ostenta uma divisa. Aqui digo que não são todos, que estão coptados por este sentimento sedento de poder, a maioria são guardas da constituição e sabem que fazem parte de um orgão de Estado e não de governo. Quando um militar, seja da patente que for se aparelha a um governo, deve deixar de ser militar. Essa mistura nunca foi boa, e mostrou-se tóxica e nociva na história, no triste episódio do golpe de 64. 

Um militar deve honrar seu país, não ser motivo de falatório e críticas. Nas forças armadas, existem militares da ativa e da reserva. Os da ativa, devem estar de sentinela para defenderem a nação contra qualquer ameaça. São servidores da constituição. Os da reserva, devem honrar as divisas que alcançaram durante a vida e manter límpida sua vida em virtude do que um dia foi. Não é o que se vê.

 O que percebo é vários generais da reserva (e alguns da ativa como o Pazuello) que aproveitam o momento para sentir o gosto do poder. Os sem voto que alcançam cargos públicos. Neste governo atual, vê-se militares renomados que expoem suas vidas e carreiras em virtude do poder. Escancaram o que de pior tem em si, principalmente os que são órfãos da época de Sylvio Frota, Emílio Garrastazu Médici que gostariam que voltasse a repressão. Olho para isto lembro do ajudante do ordens Heleno. Olho pra isso vejo o Mourão. É  de dar pena. Generais da reserva que se sujeitam a fazer esse papel. Sem contar Braga Netto e outros, que o passado não é ilibado. Mas tem as maiores patentes. 

O que me admira é que são militares de ocasião. Em um momento são políticos, no outro já são militares. Dependendo como se sentem são os dois. Isso é canalhisse e falta de respeito com a farda e as divisas que carregam. Isso corrobora com o que penso: Não é porque é militar que é santo, nos quartéis também há salafrários e picaretas. E  como tem. 

A mudança do alto comando das Forças Armadas escancara a estrutura de poder miliciano. O método bolsonarista não alcança as altas patentes, pois quem tem sua carreira consolidada ( exceto esses filhotes da ditadura e golpistas) não trocam sua reputação e dignidade por poder. O problema está nas baixas patentes e na capilarização das forças policiais nos estados e nos municípios. Ai mora o perigo. 

Não há como pensar em golpe militar aos moldes de 1964. O golpe é outro. Bolsonaro, quando se sentir acuado, provavelmente tentará a eclodir uma milicia a seu favor, composta basicamente por policiais militares, milicianos, e soldados de baixa patente, que ouvem o discurso autoritário e querem sentir o gosto de subjulgar o povo. Pobres mortais a serviço desse maquínico método.

Usei o slogan do governo militar de Emílio Garrastazú Médici, um dos mais perversos e sanguinários presidentes militares do Brasil. A sensação é essa. Ou ama a pátria, como deve ser a vocação de cada militar, ou deixa ela. Militar que honra a farda que veste, não se alia a governo, não suja as divisas com sangue de seu povo, ainda mais na hecatombe dessa pandemia. Militar que ama seu país não vende, nem entrega a estrangeiro como fazem com os EUA. O que vejo é o que penso do sentimento dessa turma fardada que está no planalto. Vendilhões da pátria.

Acredito que as forças armadas deixaram seu recado. Não querem mais se sujar como em 64. Deveria pressionar essa generalada da reserva a não usarem as divisas em meio a política. Perdem a decência e a honra, ao misturar as coisas de estado com as de governo. Mas tudo é método. Tudo é fumaça. 

Nunca a afirmação de Garrastazu Médici fez tanto sentido. Não se ama o Brasil, apoiando o Bolsonarismo, Olavismo e sua terra plana. Não se ama o Brasil se deixa que o negacionismo tome conta na pandemia. Não se ama, quando se vê nossas riquezas indo para a especulação internacional. Me admirou e não esperava nada mais, que os que honram a farda que vestem e a divisa que carregam entregassem seus cargos.

Atentem-se aos detalhes, muito está por vir nesta neurose que é o governo deste cidadão. 

Meu Brasil..... 

Meu Brasil, brasileiro...... 

Não é para amadores.  



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