Noesis

 Sexta- feira foi um divisor de águas. Na CPI da Pandemia,  dois irmãos. Dia atípico, que quase sempre é das audiências públicas decorrentes da comissão. Esta Sexta não. Dois irmãos, Os Miranda. Um, servidor de carreira do Ministério da Saúde, o outro, um deputado do DEM do lado de Bolsonaro. O que tem de relevância? Estremeceram a República com um dos mais graves escândalos de corrupção. De bônus, uma narrativa é derrubada: Bolsonaro não é corrupto. Ao contrário, é sim, e muito. Vejamos.  A história é a seguinte. O servidor Luiz Ricardo Miranda, concursado, é responsável pelas vistorias das vacinas compradas e entregues. Ele percebe a facilitação e superfaturamento em uma em específico, a Covaxin, advinda da Ìndia. Ademais percebe que para todas as outras, as compras são diretas, do laboratório para o governo, e nessa existe um atravessador: a Precisa Medicamentos. Nesse angu tem caroço. Munido de documentos, ele chega para o irmão, o deputado federal Luiz Miranda, da ba...

Que não existe governo no Brasil, isto já é pacificado. Que Jair Bolsonaro é um desqualificado também. O que se tornou insustentável foi a questão da inoperância mínima na hecatombe da pandemia do Covid-19. Nisto resultou a CPI da Pandemia. Nisto, temos o personagem central de nossa reflexão semanal: O senador alagoano Renan Calheiros, e como teremos que agradecer o papel que está exercendo no jogo político. O senador Renan Calheiros é um cacique da política brasileira. É um congressista nato. Ocupou cargos de Deputado Estadual, Federal e é Senador da República desde 1995, portanto a 4 mandatos de senador ou 8 mandatos eletivos, visto que o mandato de senador é de 8 anos e não de 4 anos como os demais. É bagagem. Na eleição de 2018, foi um dos sobreviventes. Nesta água suja que trouxe Bolsonaro e o Bolsonarismo, ele com seu patrimônio político escapou. O credenciou para mais um mandato, permanecendo até 2027. Sempre foi o estandarte do político brasileiro: Um fisiologista, mas não do b...

 Hoje, 19 de Junho chegamos a triste marca de 500.000 mortes. Uma tristeza sem fim. O que me indigna é saber que poderia ter sido amenizado, se tivesse um governante não um lunático.  Escrevi textos nos 100, 200 e 300 mil mortos. Não queria estar aqui. Minhas orações a cada um que perdeu um ente querido, um amigo ou até por aqueles que não se conhece, pois somos todos humanos.  Devemos sentir a dor do outro. Sobre esse nefasto que governa o Brasil, tem culpa neste número, e uma culpa grande. A CPI ta mostrando quem é quem. Mais dia e menos dia, a casa vai cair. Que se responsabilize todos, repito todos, para respeitar a dor dos outros.  500 mil mortos. Em homenagem, quero deixar a canção da Mercedes Sosa  " Solo le pido a Dios"  O que nos resta e silenciar-se neste instante, mas jamais deixar de gritar contra essa cultura de morte! Hoje, milhares de brasileiros que não deixaram de enxergar a realidade sairam para as ruas gritar " Fora Bolsonaro" em favor de...

 Ontem completei mais um ano. 28 anos dessa existência corpórea que vai se fazendo a cada dia. Quedas, reerguimentos, ressurgimentos e ressignificações. Palavras que ajudam a me descrever. Nem tudo é flores, mas muitas pude colher no caminho. Saudades? Tenho e muito. Nada que me consuma a vida, mas sinto sim. Sonhos? Vários. A vida é assim. Um fluxo, um elã, uma força que nos move. Como sempre, a Filosofia me acompanha.  Para este ano, recordo o pai da Filosofia, o grande Sócrates, que um dia , relatado por Platão disse que uma vida que não é refletida, não merece ser vivida. Tento viver assim. Refletindo minha vida, minhas posturas e ações. Sou um crítico por excelência.  Me cobro muito mais do que falo.  Não se tem sentido uma vida sem a devida reflexão. Sócrates um dia disse, para mostrar o que realmente move o ser humano: a inquietude.  Que nunca nos falte o perfume da indignação e a atitude de transformação. Com isso, muda-se cada um e há esperança de mudar...

 Nos últimos anos, tenho percebido, mesmo que sutilmente, as pessoas perderem o compromisso com a vida. Em várias esferas, as pessoas estão perdendo o processo do compromisso, ou seja levar com seriedade o que diz e o que se faz.  Quando entramos no processo do que se diz, voltamos em Michel Foucault, que escreveu um célebre livro chamado " As Palavras e as Coisas". Recordo esse livro para dizer que não se tem mais compromisso com o que se fala, ou pior não se tem sentido as palavras emitidas. Tudo que transmite, nem sempre tem o sentido certo. Um método capcioso de distorcer a realidade. Isso mostra um certo desvio de caráter, em sentido coletivo, em que propositadamente, faz com que as relações estabelecidas entre o emissor e receptor se tornem turvas, fumacentas.  Não se tem o sentido significado que a coisa se apresenta, mas sim o que cada um pensa. Descompromisso total.  Quando vamos para o campo da prática, a coisa complica mais ainda. A falta de compromisso co...

 Para qem gosta de filosofia, compartilho trechos riquíssimos de um raro momento: os filosófos Noam Chomsky e Michel Foucault em 1971 falando sobre a natureza humana, em boa gravação e legendado. Raro momento de debate que foi mantido entre esses geniais pensadores. Vale a pena conferir. Neste mundo tão raso, um pouco de profundidade que rompe nossa ignorância.