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Quem diria que um dia agradeceria a Renan!

Que não existe governo no Brasil, isto já é pacificado. Que Jair Bolsonaro é um desqualificado também. O que se tornou insustentável foi a questão da inoperância mínima na hecatombe da pandemia do Covid-19. Nisto resultou a CPI da Pandemia. Nisto, temos o personagem central de nossa reflexão semanal: O senador alagoano Renan Calheiros, e como teremos que agradecer o papel que está exercendo no jogo político.

O senador Renan Calheiros é um cacique da política brasileira. É um congressista nato. Ocupou cargos de Deputado Estadual, Federal e é Senador da República desde 1995, portanto a 4 mandatos de senador ou 8 mandatos eletivos, visto que o mandato de senador é de 8 anos e não de 4 anos como os demais. É bagagem. Na eleição de 2018, foi um dos sobreviventes. Nesta água suja que trouxe Bolsonaro e o Bolsonarismo, ele com seu patrimônio político escapou. O credenciou para mais um mandato, permanecendo até 2027. Sempre foi o estandarte do político brasileiro: Um fisiologista, mas não do baixo clero, da rala miúda como Bolsonaro, sempre das altas classes. 

Com essa onda bolsonarista destruidora do processo político e por consequência da democracia brasileira, cheia de parlamentares de primeira viagem, que não tem noção de qual é a função que exercem, como o caso de seus colegas de casa os senadores Luiz Carlos Heinze do PP- RS e Marcos Rogério do DEM- RO para citar os que fazem parte da CPI, que não tem noção da liturgia do cargo que ocupam, ou pior, são ferramentas do método de destruição. Temos casos como o catarinense, o "europeu brasileiro" Jorginho Mello do PL-SC que se torna pior: Esteve na política a vida toda e se tornou um covarde e como se usa aqui no sul, um jaguara, ao defender o indefensável. Lamentável aonde a política brasileira se colocou. Quando se olha esse panorama,  percebe que políticos como Renan Calheiros, é um pouco de seriedade e resgate do verdadeiro papel da política brasileira.

A CPI é o centro desta autorregulação do processo político brasileiro. Os integrantes dela representam bem isso. Quando olhamos os senadores Omar Aziz do PSD- AM, presidente da sessão, um político consolidado, que foi governador de estado, quando se olha Randolfe Rodrigues da REDE- AP, parlamentar ilibado, Humberto Costa do PT-PE, ex ministro de estado consegue-se olhar um senado coeso, uma casa requintada e revisora, papel preponderante que ela exerce. Na CPI, nada mais justo que colocar aquele que tem a visão de passado e previsibilidade de futuro como relator: Renan. Ele consegue ter força e jogo de cintura político para "ajustar os pinos da república", sabendo que será linchado pelos governistas e olhado com desconfiança pelo oposição. Mas fará.

Nunca pensei, nestes anos que acompanho a politica brasileira que teria que agradecer a Renan Calheiros. Se for assim, farei com gosto. Se devolver meu Brasil a quem é de direito, sim. Se conseguir ajustar o que esse jaguara miliciano e sua corja estão destruindo, por método, com certeza. 

Que Calheiros faça o que tem que fazer. Reestabelecer a ordem democrática neste país.

Que a política seja devolvida a quem é de direito: Para os políticos.

Se assim for, agradecerei muito a Renan Calheiros!




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