Nos últimos tempos me dedico a estudar, ler e conhecer mais sobre a psicanálise. Sempre digo que a filosofia me move, mas hoje é a psicanálise que me intriga. Já escrevi várias vezes sobre o tema. Escrevi sobre a patologias, sobre os modos de ser ver a realidade, sobre a influência de Freud e sobre o autor que consegue me deixar mais intrigado ainda: Jacques Lacan. Não sou estudante de psicologia, nem de psiquiatria, mas o que me chamou a atenção foi a forma de Lacan tratar a pscianálise descolado do sentido médico que Freud deixou, mas levar ela para o lado da linguística, da filosofia da linguagem. Isto me desloca a pensar sobre o assunto. Isso me motiva. Pensar o humano e as relações consigo e com os outros de forma que seja tentado estabelcer uma linguagem para tal, estabelece um vocabulário em que tenta limitar o humano.
Tomarei duas frases célebres de Lacan para explicitar o quanto ele foi e ainda é pertinente a psicologia e a filosofia. A primeira, é " Você pode saber o que disse, mas nunca o que outro escutou". A chave da relação humana estabelecida pela linguagem. É na emissão linguística, que afirmamos o que somos. No que se emite, se tem a tenra noção de que nos fizemos entender. Sempre há um equívoco. O receptor, nem sempre compreende o que você disse, ou pior compreende o que quer, ou parte que lhe convém. Nisso está a contribuição de Lacan: Estabelecer a linguistica como parâmetro para o entendimento da psiquê humana e por conseguinte de suas patologias. Portanto, eu sou o que sou na linguagem, Na tradução. Me afirmo dentro de um vocabulário que me diz quem eu sou. Mas o real, esse diria Lacan, está longe do vocabulário.
Outra frase que me chama a atenção é " Amar é dar o que não se tem a alguém que não o quer". Aqui entramos nas patologias psicanáliticas. Já escrevi sobre em um texto a tempos atrás, mas para relembrar, são principalmente, a neurose, a paranoia, a psicose e a esquizofrênia. Quando Lacan trata do amor, ele estabelece a relação com a eterna necessidade da compensação. A necessidade do individuo de se sentir pertencente, de algo, de alguém. A linguagem para isso chama-se carência. Amar é algo distante do individuo, porque choca com o processo da propria palavra: Aquele que não se divide. Dar algo que não se tem, a algúem semelhante a mim, que procura o que não quer. Isso é o amor. Compensações e carências. É um eterno comflito estabelecido entre o sentimento e a linguagem utilizada para tal.
Em suma, Lacan nos deixa um legado extremamente interessante sobre o que se percebe do real. Introduz a linguagem como forma de entendimento da psiquê humana, descolando da medicina, tirando o sentido exacerbado de doença, para um sentido de cunho filosófico.
Mais um filósofo francês que me intriga. Mais um francês que conseguiu jogar cada um de nós da ilusão ao concreto do real.
A atualidade de Jacques Lacan me assusta. Mostra o quanto precisamos perceber o verdadeiro real.
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