Para findar o ano em meus escritos, porque darei um tempo para descansar e atualizar minhas leituras para um 2022 que continuaremos a escrever e lançar ideias no ar, falaremos hoje sobre um filósofo vivo e atuante, de profundo conhecimento sobre Cinema, Filosofia e Psicanálise, alicerçado nas obras de Hegel, Marx, Adorno e Lacan, falo sobre o esloveno, nascido na antiga Iuguslávia Slavoj Zizek e seus conceitos de deserto do real e paralaxe.
Ele é um pós moderno ou comtemporâneo como queiram dizer. Muito me fascina ele escrever sobre os desdobramentos do pensamento de Jacques Lacan e a suas relações estabelecidas do real, do simbólico e do imaginário. Nas suas relações com os objetos, Zizek, usa o conceito de Paralaxe que exprime a diferença mínima de um objeto em relação a si mesmo. Ela é, por assim dizer, seu núcleo real, irredutível, provocado por uma tensão interna entre forma e conteúdo, impedindo o fechamento autoidêntico do objeto sobre si mesmo. É uma leitura crítica da teoria das cópias de Platão. Para ele, não se tem uma cópia do objeto, mas sim um novo objeto em execução, sem deixar que se feche em si mesmo, mantendo um núcleo real.
No que tange ao real, Slavoj Zizek descreve a diferença entre real e realidade. Para ele, o real é o núcleo duro, inalterado, irredutível que se assemelha a um deserto, onde se vê majoritariamente areia. Só se tem acesso ao real pelo abstrato, onde na abstração se consegue atingir o real e isola-lo da realidade encenada. Ele não é algo externo, mas o núcleo da realidade, aonde o simbolismo não consegue alcançar. Ele é concreto, pois irrompe com as brechas simbólicas. Para o esloveno, o simbólico é uma aquisição de linguagem, aonde muito se vê do pensamento lacaniano. Disto, vem o conceito de imaginário, que muito se assemelha ao de simbólico, porém não tanto numa dimensão de leis e regras societárias, mas ligado a imagem, ao som, ou a aquilo que os sentido captam. Aqui, vemos a reafirmação do chamado Nó Borromeano que um dia Lacan descreveu, onde em forma de anéis entrelaçados, se subtrai um os demais caem também.
Se existe um filósofo ácido e intrigante é Slavoj Zizek. Importante a leitura dele para a reafirmação do real frente ao caos provacado pela realidade. Recomendo que todo aquele que lida com o sujeito homem, leia um pouco de filosofia e psicanálise, tanto em Lacan quanto em Zizek.
Por mais Zizek, por mais pensadores alicerçados no real.
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