Dentre as minhas indagações no campo da Filosofia e agora mais recentemente nas minhas leituras de Psicanálise está a maturidade. Quando se analisa a maturidade das gerações humanas e também a evolução do próprio ambiente vivencial do homem se questiona: O ser humano regrediu ou progrediu em questão da maturidade? Pergunta que terei a missão de refletir neste texto.
Primeiramente, o conceito de maturidade foi implantado ligado a condição humana de se lidar com as diferenças. Depois, um pouco mais evoluido, foi dado as condições para a maturidade, como independência, auto- controle, respeito, coragem, responsabilidade e por ai adiante. Mais refinado, veio os acréscimos da Psicologia, com o conceito de que para ser maduro plenamente o sujeito deve encarar problemas com mais segurança ou conseguir ter mais clareza diante das situações vividas. Vê-se aqui, definições que não se contrapõem, mas se complementam. Maturidade é encarar a vida. É assumir. É tomar para si as rédeas da existência.
Tomando por base a Filosofia e a Psicanálise, o conceito de maturidade perpassa por vários autores. Aqui destaco as contribuições de Jacques Lacan com a releitura da psicanálise de Freud com um toque da filosofia, no tocando a linguagem. Se levarmos por base o que Lacan nos deixou em seus escritos, nos famosos "Seminários" que ele transmitiu, percebe-se que o sujeito torna-se maduro na medida que compreende percebe o outro. A maturidade em Lacan é olhar o outro e ver refletido a si próprio. Nisto, consiste a sua célebre frase " O desejo enquanto real não está ordem da palavra, e sim do ato". Portanto, são nos atos da pessoa que se percebe a maturidade, não no discurso. A gramática aplicada inibe, esconde e protege o sujeito. Quando Lacan fala do ato, das atitudes, consegue romper com o processo ingessado da linguagem para a práxis em si. Nisto, consiste o amadurecimento do sujeito.
Trocando em míudos, percebe-se muito isso em nosso cotidiano. O adulto moderno não passa de uma criança birrenta, agressiva e mal educado com iphone. Perceba ao seu redor. As pessoas tem medo de perder o seu "precioso", mesmo que nem saibam qual o é. São pessoas que tipicamente não lidam muito bem com renúncias, perdas e traumas, jamais admitem estarem erradas, e mesmo você mostrando as razões abraçam a ignorância, igual uma criança que não divide seus brinquedos. Isso é seríssimo, quando ampliamos o foco e saímos de casos isolados e partimos para a sociedade. Extremamente preocupante.
Analiso a sociedade pós - moderna como um infantilóide. Pessoas na sua grande maioria, desajustadas emocionalmente. Onde se tem descompasso emocional, existe ali uma semente de uma psicopatologia. Como um bom adepto das teorias lacanianas, acredito que um divã e a pessoa expressar aquilo que sente e guarda ajuda e muito a maturidade de vida. Ser maduro não é ser velho com as experiências que a vida lhe proporcionou, ser maduro é olhar para trás e ver que cada atitude tomada tem sua circunstância e valor para a pessoa que está agora. No sentido humano, não existe e não pode existir arrependimentos. Não se arrependa de nada. Tudo te fez melhor para chegar agora. Isto demostra maturidade.
Que as gerações que estão por vir sejam mais compromissadas com a sua própria vida e que encarem ela com respeito e e percebam as fases da vida e como estão sendo vividas, para depois não chegar na casa dos "enta" quarenta, cinquenta e ter o amargor do arrependimento.
Não se permita viver a agonia do amadurecimento.
A vida, foi feita para ser vivida plena, consciente e principalmente madura.
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