Hoje, esta série de textos rende homenagem ao protagonista do cinema brasileiro atual, o consagrado ator, cineasta, roteirista, produtor e músico Wagner Moura. De antagonista de novela, passando pelo Capitão Nascimento, do narcotraficante Pablo Escobar, pelo retratação da vida do embaixador Vieira de Mello, até ser diretor do filme Marighella, contando a história de resistência deste país, Wagner Moura consegue se colocar no rol dos grandes brasileiros, notável representante da cultura deste país.
Nascido em 1976 em Salvador no estado da Bahia, desde cedo se dedicou as belas artes, principalmente o teatro. Aos 16 anos conheceu dois atores que se tornariam amigos e compadres: Vladimir Brichta e Lázaro Ramos, com quem fizeram inúmeros trabalhos, principalmente no teatro. Nesta época, Wagner se mostrava diferenciado, por algo muito peculiar em cena: A forma como absorvia o papel que desempenhava. Isto lhe credenciou ir para a televisão a convite do renomado ator Antônio Fagundes. Participou de pequenos papéis nas séries "Carga Pesada" com o próprio Fagundes, e "Os Normais" com Luís Fernando Veríssimo. Em 2007 veio o que seria a explosão de sua carreira e a consolidação de sua característica de incorporar os papéis com muita intensidade, no convite feito pelo diretor José Padilha para ser o protagonista de "Tropa de Elite", que retratava a vida do BOPE no Rio de Janeiro, ele sendo o capitão Roberto Nascimento. Com este trabalho aliado ao papel da novela das oito "Paraíso Tropical" em que fazia o empresário Olavo contracenando com Camila Pitanga, o fez popular nos quatro cantos do Brasil. Em 2010 voltou a ser o agora coronel Nascimento na sequência de Tropa de Elite repetindo o sucesso do primeiro filme, assegurando por 10 anos o título de maior bilheteria da história do Brasil. Junto a sua carreira de ator, manteve o gosto pela música, sendo convidado a participar como vocalista de um "Tributo a Legião Urbana" da MTV em 2012. Na sequência, e no sucesso de Tropa de Elite, Moura começou uma carreira internacional, como no filme "Elysium" junto a atores como Matt Damon e Jodie Foster, numa ficção científica. Em 2016 é convidado pela Netflix a ser o narcotraficante Pablo Escobar na série "Narcos", aclamada pela crítica e recordista da plataforma. Na mesma, em 2020 foi produtor e ator de "Sergio", um minissérie que conta a história do diplomata brasileiro Sergio Vieira de Mello morto em 2003 no Iraque. Em 2021 passou a integrar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, passando assim a ser votante do Oscar. Neste mesmo ano lança seu primeiro filme como diretor, "Marighella", onde convida o consagrado cantor e ator Seu Jorge para fazer o papel do revolucionário Carlos Marighella, que lutou contra a Ditadura Militar no Brasil. O que se percebe da carreira, é um compromisso com a história do Brasil e um sentimento de denúncia as injustiças em cada papel, produção e direção que Moura participou. É alguém de posição. Importante nos dias de hoje, ter posição.
Se fizermos uma análise dos trabalhos que Wagner Moura fez, percebe-se muito a genialidade em cena. As formas como absorveu papéis fortes, como o preso Zico em Carandiru, o Nascimento em Tropa de Elite e Escobar em Narcos, percebe-se a intensidade da entrega de Moura nos papéis. O que conecta esses 3 papéis é a história verídica e as denúncias que seus papeis trazem. No auge de sua carreira como ator, resolve de sair da frente das câmeras, para ser produtor de outra história que concomitantemente ele atuou do diplomata Vieira de Mello morto em atentado no auge da Guerra do Iraque e mais recentemente, dirigindo a vida de Marighella como um grito do que o Brasil já passou e está a perigo de voltar. No fim, a carreira de Wagner Moura demonstra o que é em vida, em suas entrevistas e como se porta: alguém coerente.
Escutando suas falas e suas preferências é nítido que é a favor da democracia, sendo politizado e tendo suas preferências e críticas contundentes principalmente aos últimos anos de Brasil, pela destruição da cultura e do fomento as artes. Ele diz-se terminantemente contra os golpes políticos, principalmente o desferido a Dilma em 2016. Ele coloca-se ao lado de quem é pelo campo democrático, até engajando-se de maneira pública a favor de um país que preserve sua independência e sua liberdade acima do tudo.
Wagner Moura merece estar entre os notáveis do Brasil porque sua vida é marcada pelo seu posicionamento crítico e coerente que se estende para a dramaturgia. A forma como dá vida a personagens que na sua maioria foram pessoas ou fatos reais mostra o brilhantismo de sua carreira.
Wagner Moura é sim, um dos mais brilhantes, conhecidos e consagrados atores brasileiros do século XXI. Sua postura e caráter credencia para estar entre os grandes brasileiros.
Falta ao Brasil mais pessoas como ele. O país está perdendo sua consciência de história, de artes e cultura. Isso também faz parte do método. Destruir a identidade é um dos primeiros passos para destruir uma nação.
Por mais cultura, por mais artes, por mais respeito.
Wagner Moura, orgulho do Brasil.
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