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Jovem Pan: Jornalismo ou Fake News?

Algum tempo atrás iniciei a graduação de Jornalismo. Acredito que o jornalismo seja primordial para o processo vivencial da sociedade. Neste sentido, tento conciliar a Filosofia com essa nobre missão que é informar com compromisso. Nisto, não posso deixar de falar sobre o fenômeno Jovem Pan, como um dos braços deste método implantado em nosso país nos últimos anos. Ter um veículo de comunicação de grande alcance ajuda muito a pavimentar o processo. Aqui, falaremos sobre todo esse método que a Jovem Pan alicerça e propaga, junto com outros meios de comunicação como os streamings, canais de YouTube como a Brasil Paralelo (diria o grande Eduardo "Peninha" Bueno Brasil para lerdos) e por ai vai. Para ilustrar toda essa toxicidade no meio jornalístico, recortaremos apenas a Jovem Pan como exemplo deste processo maquínico de desserviço a nação. 

Para entender o porque a Jovem Pan se tornou esse reduto da direita conservadora que apoia principalmente esse governo, precisamos entender o papel que a imprensa ocupa dentro do processo político. O ato de informar as pessoas deve ser feito com compromisso. Quando se fala de política, o papel da emissora deve ser de total isenção frente aos lados, posições ou ideologias. Sabe-se que não é bem assim. Hipotéticamente deveria ser assim. O que se tem é as conveniências que cada lado recebe. No caso da Pan foram as mordomias que o governo do Bolsonaro concedeu a ela. Podemos falar de várias, mas ficarei apenas com a obsessão de sempre: ser um canal de televisão. Nisto, tanto o velho Tuta, quanto o Tutinha, pai e filho. mandatários da Panamericana, que detém o Grupo Jovem Pan sempre foram obcecados por terem espaço na TV aberta. Tentaram de todas as formas, tanto limpas quanto não, a ponto de serem denunciados e virarem CPI em 1993. Já na mão de Tutinha, ele cria um dos programas comercialmente mais vendidos da marca: O Pânico na TV, com humor sem limites e falta de respeito de todo o tipo, que foi vendido para  RedeTV e posteriormente para Band. Porém, o sonho de ter um canal não tinha saido da mente. Neste sentido, tentaram de forma forjada, a ocupar o espaço deixado pela MTV, canal do Grupo Abril, que foi comprado pela Jovem Pan. Porém, espaços de rádio e TV no Brasil são concessões públicas, não podem ser vendidas. O caminho correto era a Abril devolver ao governo que faria uma nova licitação e se a Pan ganhasse poderia usufruir da estação. Mas como tudo na Jovem Pan passa por falcatrua e mentira, tentaram assim. Não obtendo sucesso, se lançaram com canais de TV paga e no YouTube, seu maior acesso. 

O que faz  da Jovem Pan um canal alinhado ao governo são as benesses de não ter sido investigado neste caso, não ter sido investigado na propagação de Fake News durante a pandemia, causando desserviço ao país, induzindo a população ao erro, ter liberdade dentro do governo e vice-versa, com entrevistas exclusivas a exaustão de Bolsonaro e por ai vai. O grupo Joven Pan se tornou uma Secretaria de Comunicação (SECOM) paralela do governo. Já explico porquê.

Nunca vi um canal ser tão tendencioso a favor do governo bolsonarista como esse. Em todos os aspectos extrapola a noção de isenção que um meio de comunicação deve ter. Existe uma maquiagem de tentativa disso, mas quando se vê a menina dos olhos, "O pingo nos is" ai se entende que é um braço do governo em um canal de comunicação. A que custo que é o preocupante. 

Ilustra-se com a gama "célebre" de jornalistas, (se podem ser chamados assim) que fazem parte do time. Se você olha  Augusto Nunes, Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino, Ana Paula Henkel (Ana Paula do Volêi), Alexandre Garcia, Caio Copolla, da vontade de chorar. É muito negacionismo e traição juntos.  Isso que não falei de Ricardo Salles, sim, que foi ministro do Bolsonaro (Aquele que disse para criar factóide para passar a boiada), sim, esse mesmo esteve como "comentarista" da casa. Mas analisando apenas esses que falei é revoltante. Vejamos,  Augusto Nunes, aquele que é truculento e chama os que são contra de baderneiros e desordeiros, quando não entra na neurose de chamar todos de Comunistas;  Guilherme Fiuza, terraplanista, trabalhou incessantemente contra as vacinas, desinformando e espalhando dados furados e imprecisos; Rodrigo Constantino, economista, que se determinou a falar mal da esquerda sem fundamento, dando pitacos no Brasil morando nos EUA, portanto, pai da incoerência; Ana Paula do Volêi, essa descaradamente é mentirosa, misógina e racista, apresentando estudos falsos e furados para corroborar com suas opinões sobre a pandemia; Alexandre Garcia, filhote da Ditadura Militar, assessor de comunicação do governo do general Figueiredo, contumaz apoiador de Bolsonaro, do método revisionista da história (moldes Brasil paralelo) e da disseminação de Fake News; Caio Copolla é a cereja do bolo: Bacharel em Direito e metido a comentar política, só porque se sente da direita conservadora. Fruto puro do neoliberalismo: não sei o que é, mas tenho direito de comentar sobre, sem menos ter feito uma apuração possível. Patético, mas se dizem do jornalismo. Não sei qual jornalismo. 

Outro ponto a salientar que a casa caiu  do aparelhamento tendencioso da Pan pelas apurações da CPI da Pandemia que chegaram a nomes como do blogueiro Allan dos Santos, Luciano Hang e da Jovem Pan como disseminadora de notícias falsas em favor do governo para fazer uma cortina de fumaça das falcatruas das vacinas. Tudo isso com financiamento do governo. Tudo isso com dinheiro do contribuinte para favorecer a morte dele mesmo. Se isso não é método, não sei o que é. 

Por fim, acredito no jornalismo. Acredito na seriedade do jornalismo que se atem a fatos, que se discute e debate as coisas sérias desse país. As coisas em si, diria a Filosofia, não os devaneios, não remédios ineficazes, terraplana, comunismo e por ai vai. O jornalismo tem a vocação com a verdade pura, não com a mentira misturada. O que a Jovem Pan faz é institucionalizar a mentira em favor de um método, muito mais do que um governo. 

Um dia reclamamos da Veja que era tendenciosa. Outro dia da Globo. Hoje, a Jovem Pan. O problema é que  não é só tendenciosa, é mesquinha, desonesta e mentirosa. É muito pior. 

Para quem gosta do jornalismo, olhe para todos os que eu elenquei (e tem mais na Pan, só usei alguns) e pense qual será o papel pelo que serão lembrados. Como traidores não do país, mas do povo que consome seu produto. Todo jornalista tem que ter em mente qual legado quer deixar, e o que ele fala e escreve impacta na vida dos outros. 

O jornalismo pode ser uma arma mortal. A Jovem Pan mostrou essa face. Quando mentia e mente na pandemia, que ainda não acabou, cada pessoa que escuta e leva por verdade e por um infortúnio morrer, esse sangue escorre nas mãos de pessoas como Ana Paula Henkel, Augusto Nunes, Fiuza, porque cumprem o papel de um jornalismo de morte. A história cobrará de cada um.

Jovem Pan: Jornalismo ou Fake News? Certeza que fake news. Vive disso, se alimenta disso. É  um desserviço muito bem financiado, é um método, é um sustentáculo de um governo mentiroso em sua essência. 

Jovem Pan: O jornalismo como não deve ser. 




Comentários

  1. Muito triste ver uma emissora de rádio que foi tão importante na minha juventude, na cidade de São Paulo, ao contar com os recursos modernos de TV e Youtube se tornar subserviente a um governante raivoso e seus seguidores golpistas.

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    1. Essa é a maior decepção. Aparelhada sem sentido. Triste.

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