Chegamos ao fim da nossa série de textos sobre os principais candidatos a presidente do Brasil nestas eleições. Falamos de Ciro Gomes, Simone Tebet. Jair Bolsonaro e agora sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que hoje é a materialização da esperança política e democrática deste país. Como já escrevi sobre seu governo, falaremos sobre sua história e sobre o que significa ele voltar a concorrer as eleições de 2022.
Lula nasceu em Pernanbuco, nordeste brasileiro em 1945. De origem humilde, mudou-se para São Paulo, onde iniciou a carreira de metalúrgico e após, entrou para a vida sindicalizada, onde recebeu esse apelido de "Lula" que depois incorporou ao nome. Durante o período mais duro da Ditadura Militar, liderou greves de operários no ABC paulista, sendo preso pelo regime no fim dos anos 70. Em 1980 articula e ajuda a fundar o Partido dos Trabalhadores- PT, durante o processo de abertura política. Foi uma das principais lideranças do Movimento Diretas Já entrando de vez para a vida pública. Elegeu-se deputado federal em 1986 com votação recorde, participando do processo da nova constituição em 1988. Na primeira eleição para presidente depois do período de ditadura, candidata-se perdendo no segundo turno para Collor. Concorre mais 2 vezes nas eleições seguintes perdendo para FHC. Elegeu-se presidente em 2002 e reeleito em 2006 saindo com aprovação recorde. Fez sua sucessora, Dilma Rousseff em 2010 e reeleita em 2014 com seu apoio irrestrito. Após esse periodo, Lula manteve-se ativo politicamente e passou a ministrar palestras no Brasil e no exterior. Até então, uma história digna de um ex-presidente que cumpriu o seu papel e que desfrutava de um lugar cativo na história do Brasil. Porém, como a história de Lula sempre foi de batalhas e de luta, não poderia ser diferente agora.
Como já foi falado sobre o processo arquitetado da Lava Jato com Moro e Dallagnol que resultou na caça as empreiteiras no Brasil e por consequência com a implosão do Programa de Aceleração ao Crescimento - PAC, junto com o sucateamento da Petrobrás, e a "demonização" da política e principalmente do PT, que no fim do ensejo se deu com o Impeachment da Dilma (tudo isso descrito em textos no meu blog, só voltar e conferir), lógicamente respingou em Lula. Como naturalmente o Lula e o PT coexistem, habitam e orbitam no mesmo espaço, quem preparou esse método golpista sabia que para frear o PT lógicamente não seria apenas tirar a Dilma, mas sim impossibilitar que Lula concorresse a quaisquer cargo. Para tal, e pelo aparelhamento do Ministério Público e da Justiça como parte do processo, capitaneados por Deltan Dallagnol membro do MP e Sergio Moro Juiz da Vara de Curitiba, literalmente "caçaram" Lula como se caça um animal. No fim trágico, Lula foi preso pela segunda vez na história (a primeira em 1979 pela polícia do exército) em Abril de 2018 depois de se encontrar com apoiadores na sede do sindicato dos metalúrgicos do ABC, lugar muito caro a Lula, pois foi onde tudo começou. Alí, decidiu se entregar e foi preso e levado a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba onde permaneceu até 8 de Novembro de 2019, somando assim 580 dias preso. Neste período, Lula pronunciou uma das frases de maior impacto enquanto esteve no cárcere: " Não troco minha dignidade pela minha liberdade", visto que alguns queriam que ele fizesse acordo com a Justiça para ficar livre e em troca sair da vida pública. Jamais aceitou. Sustentou deste o primeiro momento que não tinha envolvimento algum com os casos que foi condenado chamando Moro e Dallagnol de mentirosos, e que a história cobraria de cada um. Neste período, Lula mostrou-se forte e preparado para tal. Concedeu entrevistas, recebeu visitas de pessoas ilustres, como os cantores Chico Buarque, Martinho da Vila e do ex-presidente do Uruguai, José "Pepe" Mujica. Todos saíam da carceragem da PF com o mesmo discurso: " Lula é um vitorioso, tem convicção de que a justiça será feita". Depois do método posto, do golpe deflagrado, de Lula preso e Bolsonaro eleito, em 2019 ficou evidente os vícios das decisões de Moro bem como sua "tendência" que se confirmara com ele sendo nomeado ministro da justiça do governo. Lula nos mostra, que quando se tem a convicção de si, nada o abala, nem mesmo a prisão.
Com o Supremo desfazendo as malfeitorias de Moro (que eles também ajudaram muito a acontecer) e Lula fortalecido mostrando que sua prisão era injusta e meramente política (visto que se concorresse em 2018, ganharia), mais a insatisfação popular com o desastroso governo bolsonaro, lhe creditaram para novamente concorrer a presidência em 2022. Agora Lula já não é mais um candidato que representa um partido ou uma ideologia. Hoje ele representa uma esperança, e uma salvação, primeiro da política, depois do Brasil em si.
Lula transcendeu ele mesmo. Quando se olha para ele, ou se escuta, o povo se preenche de esperança. Não é de menos. A situação que o Brasil virou é lástimavel. A falta de empatia e compaixão se tornou via de regra neste país. Luiz Inácio representa um país de pessoas boas que querem ter dignidade. Que querem poder ter condição de viver, não de sobreviver.
Ele se tornou símbolo de salvação da política, visto a nojeira e a "água suja" que esse bolsonarismo trouxe. Ele representa para a democracia e a política um respiro aliviado, de quem sofre a pressão constante e o sentimento de golpe que paira sempre. O processo precisa de sossego. Lula representa essa pacificação política que esse país necessita.
Além da frase que já citei, gosto de outra que expressa bem o sentimento que Lula demonstra para cada um dos brasileiros que se comprometem com esse país: Sem medo de ser feliz.
A vida de Lula revela para cada um de nós que não se pode desistir frente as adversidades. Existe um conatus, uma propensão de ser algo, de brilhar.
Olhamos para Lula e temos a certeza, que com ele estamos sim. juntos pelo Brasil.
Sem perder a dignidade, sem perder a esperança
Sem medo de ser feliz!!
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