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Os Presidenciáveis: Simone Tebet

 Continuando nossa série sobre os presidenciáveis de 2022, hoje falaremos sobre a senadora pelo Mato Grosso do Sul pelo Movimento Democrático Brasileiro, MDB Simone Tebet e o que representa sua candidatura sob nosso ponto de vista. 

Simone Nassar Tebet nasceu em Três Lagoas em 1970. Por formação é advogada, professora e escritora. É filiada desde sempre no MDB, onde seu pai, o senador e ex-presidente do senado Ramez Tebet foi um dos fundadores. De ascendência libanesa, seu pai político nato e sua mãe, dona Fairte uma filantropa, fez com que Simone seguisse os passos de seu pai e entrasse para a política elegendo-se deputada estadual em 2003. Em 2004, elegeu-se prefeita de sua cidade, Três Lagoas sendo reeleita em 2008. Neste interim, em 2006 perdeu sua referência política, seu pai,vitimado pelo câncer. Na eleição de majoritária de 2010, encabeçada por André Puccinelli, foi alçada para vice-governadora do estado. Lançou seu nome para o senado pelo estado do Mato Grosso do Sul sendo eleita e cumprindo o mandato de 8 anos até o final deste ano. 

Como senadora, Simone Tebet sempre carregou consigo muito do que seu pai um dia fora. Aguerrida, de posições firmes e convictas, sempre deixou claro o sangue libânes em seus posicionamentos. Sempre foi corporativista, respeitando as vontades de seu partido para suas escolhas e votos no senado federal. De fala eloquente e erudita, Simone cumpriu seu papel enquanto senadora pelo seu estado e pelo Brasil, mesmo que pessoalmente discorde de sua posição apaixonada pelo Impeachment de Dilma Rousseff (algo que hoje, em partes,  já se arrependa) e nos votos favoráveis as reformas medonhas e mesquinhas do Temer. (provavelmente por uma mistura de convicção com partidarismo), mas que no fim cumpriu com maestria seu papel. No atual governo desastroso do Bolsonaro, se colocou terminantemente contra desde o inicio, fazendo frente as atrocidades que tentavam passar pelo parlamento. Aqui se mostra, um pouco as características de Simone Tebet: Fiel as suas convicções.

O que deu mais notoriedade a Tebet foi no ano passado a CPI da Pandemia. Primeiro, conseguiu que a bancada feminina tivesse uma representante, mesmo que fosse apenas para inquirir e não ter direito a voto, mas pelo menos a falar, sendo ela, a lider da bancada, que revezou com suas companheiras, como as senadoras Eliziane Gama, Soraya Thronicke, Leila Barros, Zenaide Maia, as inquirições dos depoentes nessa página triste e desastrosa do Brasil, que foi as picaretagens feitas por este governo para com o processo de compra de vacinas. Foi através da senadora Simone Tebet, que conseguiu-se, a confissão do nome que está no centro de toda a falcatrua no Ministério da Saúde, acobertado pelo Palácio do Planalto, em um dos depoimentos mais esclarecedores da então CPI, que foi dos irmãos Miranda, um servidor de carreira do Ministério da Saúde, outro deputado federal, que depois de ser apertado pela senadora Simone, confessou a participação do lider do governo na Câmara Federal, deputado Ricardo Barros PP-PR que foi ministro da saúde do governo Temer, que a anos responde graves acusações de corrupção ligadas á pasta da Saúde. 

Essa notoriedade dada em 2021 através da CPI fez com que Simone Tebet fosse conhecida pelo Brasil. Numa tentativa de salvar a furada " Terceira via" que nunca existiu, o MDB extremamente rachado, com muitas alas apoiando principalmente a candidatura de Lula do PT, como o caso do senador Renan Calheiros, lançou como uma alternativa o nome da senadora como sua candidata ao Planalto. Vejo com bons olhos a sua candidatura. Vejo sim.

Penso que para evitar que fique explícito uma polarização que naturalmente se dá nos segundos turnos das eleições, e que não se dê no primeiro, candidaturas como a de Tebet no espectro do centro mais a direita e de Ciro Gomes, do centro mais a esquerda se fazem necessárias para evitar o tensionamento antencipado. Assim, aqueles indecisos que evitam as antagonias, representadas por Lula e Bolsonaro ainda tem aonde se encontrar, evitando o chamado voto de protesto, que normalmente é de uma falta de senso sem fim. Para mim, e já escrevi sobre isso, não existe voto inconsciente, existe voto jogado fora. Isso é perigoso e extremamente nocivo, visto que o momento mais frágil de uma democracia se dá no período eleitoral.

Penso que a senadora Simone Tebet cumpre um papel estratégico  nesta eleição. Evita que indiretamente, alas dos partidos que a circundam tendenciem a ajudar a manter esse governo sem noção que está ai. A candidatura dela, é um freio para o Bolsonaro, como a de Ciro é um freio a de Lula. Isso é de suma importância para o processo democrático.

Se seu pai estivesse vivo, sentiria orgulho de sua trajetória senadora Simone. Honra a vasta carreira que Ramez Tebet fez pelo Brasil. Hoje, entendo  a necessidade de sua candidatura. É estratégica. 

Por mais políticos como Simone Tebet. O  Brasil precisa de políticos, não de oportunistas.

Tebet honra uma máxima que levo comigo:

A política é para políticos. 




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