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O desapego das redes sociais

 Voltamos a escrever em 2023. Fiquei alguns dias fora, refletindo sobre a vida, e como estou lidando com ela. Escrevi na primeira semana de Janeiro sobre a mudança de governo e de lá para cá um silêncio pairou sobre mim. Completo neste ano, três décadas de vida. É um momento de tomar atitudes. É o momento propício para mudar de hábitos. Eu, com minha raiz filosófica, teria que aproveitar o " Kairós" que significa o momento oportuno. Sinto que seja o momento oportuno.

Pensei em várias atitudes e de como tomar elas. Um dia escutei que é nas pequenas coisas que se modifica hábitos ruins. Como transformar algo que está enraizado na gente? Corte. Raizes também precisam ser cortadas. A vida continua, mais forte e plena com as raizes mais novas que ficaram. Mas a atitude de cortar é algo mais complexo. Demanda de um desacomodar-se, de um mudar de vida. 

Comecei pelas redes sociais. Quando entrei para este mundo, o que tínhamos era o MSN que seria o primitivo do Whatsapp. Não cheguei a ter Orkut, mas entrei na era do Facebook. Minha conta estava ativa desde 2011.  Lá se vão 12 anos de rede social. Vi muitas transformações nela. De uma rede de amigos, a um forma de compra e venda até os podcasts passaram por lá. Porém, nos últmos anos, virou uma terra sem lei. Hoje, majoritáriamente, quem está no Facebook são os de mais idade, dando pitacos sobre política, religião muitas vezes sem filtro algum. Para isto, falta-me algo essencial: paciência. Muita paciência. 

Neste sentido minimalista e de desapego, estou saindo definitivamente do Facebook. Foi muito útil até seu limite. Hoje, não me cabe mais. Talvez um dia consiga sair de todas as redes. Por enquanto e não me atrapalhando fico no Instagram. No mais, penso que isso já é um sinal da maturidade das três décadas já vividas. Sair das redes já um passo enorme para a vida concreta e real. 

Sair do virtual para o real é uma linha muito tênue nos dias que vivemos. Seria importante que as pessoas se permitissem a experiência sem redes socias, ou parcialmente sem como eu. É  um momento libertador. Acredito na maturidade humana, quando se vence os traumas, medos, vicios e diferenças. Nisto consiste a plenitude da maturidade: romper com cada coisa que nos acomoda, sufoca e restringe.

Facebook, até nunca mais. Não terei saudades. Não é mais o mesmo de quando começou. 

Que seja a primeira de muitas mudanças. Que venham tempos melhores. 

Desapegue. Algo necessário para a vida. 



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