Entre o giz e a tecnologia

 Os últimos dias tem sidos bem intensos para mim. Tomei decisões pertinentes que precisavam ser tomadas. Deixei minha função no ensino superior com educação a distância para retomar a docência nas salas de aula. Foi intenso, mas se fez necessário. 

O que mais pesou na decisão foi o retorno as salas de aula. Estar em contato com aquilo que é a minha essência: ser professor. Enquanto pude, conciliei as duas funções.  Ano passado, me dediquei por completo a universidade. Hoje, mais maduro e prestes a completar três décadas de vida, precisava tomar a decisão de voltar para as escolas e me dedicar a educação. O chamado da vida não pode esperar. Foram bons anos na educação privada e superior, mas o momento é de mudança. Os gregos tem um termo que se encaixa bem com isso chamado "Kairós" que é o tempo oportuno. Aproveitei a oportunidade, e o universo fez a sua parte. Já ministrei aulas de várias disciplinas, de Ciências á Inglês e de Ensino Religioso á História, menos na minha área de estudo e foco que a Filosofia. Ela, para mim não é uma disciplina, mas um modo de vida. Penso que, agora, a vida sorriu para mim. 

Voltar a sala de aula com a missão de instigar nossos alunos ao questionamento não é nada fácil. Tornar atraente um conteúdo pesado e estritamente teórico para uma geração voltada a tecnologia e extremanente prática também não é tão simples. É esse desafio que me motiva: Mostrar que mesmo na teoria, se tem o movimento, se tem a tecnologia. Quando comecei a dar aula ainda tínhamos quadros com giz. Hoje, temos a disposição lousas digitais, notebooks e projetores. Essa mudança se deu de forma muito acelerada. Se veio para o bem, acredito que sim. O que se questiona são as renúncias das essencialidades em favor disso. O perigo que incorre, é da descaracterização do processo educacional. Isto me preocupa.

Estou muito feliz em poder retornar. Senti muita falta do ambiente escolar. Teremos desafios? Sim, sempre, porém, faça aquilo que te preenche a vida. No meu caso, foi um novo ar estar em uma escola. Fazer parte do processo de ensino e aprendizagem, cada aluno que passa por nós, fica com um pouco daquilo que deixamos e trazemos um pouco de cada um. Isso é ser educador: Olhar cada um de forma integral.

Deixai que a Filosofia corra como um rio. Quero navegar nele.

Entre o giz e a tecnologia? Acredito que podemos achar uma conciliação....