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Mostrando postagens de abril, 2021

O inconsciente e a linguagem

 Nos últimos tempos retomei com mais afinco minhas leituras de filosofia. Um bom amante de filosofia só tem intimidade com o que ama se lê sobre. Neste universo vasto do saber, um filósofo e psicanalista me chama a atenção que é Jacques Lacan. Já tive a oportunidade de escrever sobre Lacan em outro momento e hoje, falaremos um pouco sobre o papel da linguagem no inconsciente. Alguns textos atrás, falei sobre a disposição do outro no discurso lacaniano. Neste, tenho o dever de mostrar a passagem do pensamento científico da Psiquiatria para um discurso analítico da linguagem. Lacan defende que o inconsciente não é algo inacessessível, ou do mundo das ideias, ou algo biológico como parte integrante do cérebro, mas sim um símbolo. No seu pensamento, fica claro a colocação da linguagem como eixo central do processo psíquico do individuo. O inconsciente não é algo físico, mas é algo abstrato, sendo assim traduzido pela linguagem. Algo complexo, mas de grande valia. Neste sentido, a lingu...

CPI da Pandemia

 No dia de hoje, 27 de Abril, iniciou-se a Comissão Parlamentar de Inquérito- CPI para apurar os trabalhos desenvolvidos em enfrentamento a Pandemia de Covid-19, o novo Coronavírus. Aqui começamos a separar, pelo Senado Federal, quem ainda consegue engolir e até defender essa neurose que é o Bolsonarismo no poder. Aqui começamos a apurar, a perversidade do processo do inerte do presidente e sua quadrilha no poder. Analisemos alguns fatores.  A pandemia trouxe a tona a ingerência do governo federal. Desde o início do desgoverno bolsonaro, passaram nada mais e nada menos que quatro, repito quatro ministros da saúde. Isso é inaceitável. Num momento tão delicado como estamos, chegando a triste marca das 400.000 mortes pelo Coronavírus só pode ser método de poder. Todas essas mortes não surtirem efeito mínimo de contorno é vergonhoso. Sem falar nos milagreiros " Ivermectina" e " Hidroxicloroquina" que ajudam a matar e pouco adianta. Nada de uma campanha de vacinação orga...

A distorção no pensamento de Hannah Arendt

 Depois de uma semana um tanto quanto turbulenta, consegui me ater a escrever nosso costumeiro texto. Neste dia, recordarei o pensamento da filósofa judia Hannah Arendt, que sofrido os horrores do nazismo da 2ª Grande Guerra nos deixou um patrimonio filosófico vasto, principalmente no campo do poder político.  Em seu pensamento, voltado para o antitotalitarismo, ou seja, para ela, não existe um ditador que rege e governa tudo. Neste caso específico, vou me ater ao processo de sua filosofia da história, onde ela critica a distorção de fatos como uma forma de manipulação do poder para perpetuar os regimes. Isto vê-se até hoje, algo que Arendt já falava pós 1945. Tudo se registra na História. É nela que está os acontecimentos de um determinado povo e sua relação entre si e entre os demais. A verdade, ou seja o que realmente aconteceu, pode ser distorcida de forma  para se perpetuar os regimes, que tanto são autoritários, ou por vezes sutilmente democráticos. Ai vem a malvade...

Entre o Real e o Virtual

 Durante algum tempo estes conceitos de real e virtual parecera antagônicos.  Tudo que se diz real, não poderia ser percebido na virtualidade. Neste sentido, e sobre estes conceitos, um filósofo se debruçou. Pierre Levy, pai dos conceitos de cibercultura e ciberespaço ja denunciava que estes conceitos não se refutam mas se complementam. Neste sentido, abro mão da escrita para ouvir. Compartilho o momento que Pierre Levy esteve no Roda Viva da TV Cultura em 2001, falando sobre sua tese de cibercultura e esse relação do real e do virtual. Interessante perceber o quanto Levy, mesmo tendo falado a mais de 20 anos  se torna tão presente.  Parafraseando Baudrillard, vivemos sim. no deserto do real.  Com vocês, o sempre atual, pisando na realidade, Pierre Levy!                                                            ...

Vigiar e Punir

 Resgatando o processo filosófico neste período fumacento que vivemos, recordo a presença do filósofo francês Michel Foucault no seu célebre livro " Vigiar e Punir" e todas as formas de sujeição e controle de corpos, acrescido ao processo pós-moderno. Vejamos alguns pontos de seu pensamento.  No seu livro, Foucault desenvolve o processo do nascimento da prisão como sujeição de corpos, em forma de controle e disciplina do indivíduo. Neste sentido, o conceito de Pan- óptico de Bentham é contemplado em sua totalidade, estendendo-se da prisão para os hospitais e as escolas. A forma de controle, disciplina e castração dos indivíduos faz com que se molde para onde tiver interesse. Esse é o processo, uma eterna vigilância e punição.  Quando olhamos para o momento vivencial, a chamada pós-modernidade, consegue-se perceber com nitidez o processo do vigiar e punir. As estruturas microfísicas de poder usam-se de processos maquínicos e métodos desonestos para se perpetuar no poder. P...

Brasil: Ame-o ou Deixe-o

 Nestes últimos dias, muito se viu na mídia a respeito da presença das Forças Armadas no governo Bolsonaro. O barulho maior foi na mudança de comando do Ministério de Defesa e a troca dos comandos da marinha, exército e aeronautica. Vamos tentar entender o que se passa neste processo.  O que salta aos olhos é a presença dos militares no poder. O partido dos sem voto. Não entendo a sede de poder em quem ostenta uma divisa. Aqui digo que não são todos, que estão coptados por este sentimento sedento de poder, a maioria são guardas da constituição e sabem que fazem parte de um orgão de Estado e não de governo. Quando um militar, seja da patente que for se aparelha a um governo, deve deixar de ser militar. Essa mistura nunca foi boa, e mostrou-se tóxica e nociva na história, no triste episódio do golpe de 64.  Um militar deve honrar seu país, não ser motivo de falatório e críticas. Nas forças armadas, existem militares da ativa e da reserva. Os da ativa, devem estar de sentine...

Consciência Democrática??

 Nos últimos dias, circula pela mídia brasileira uma carta aberta em favor da democracia assinada pelos possíveis presidenciáveis em 2022, a citar: Ciro Gomes do PDT que foi derrotado em 2018; Luiz Henrique Mandetta do DEM, ex- ministro do Bolsonaro; Luciano Huck, apresentador da Globo, que vive tateando e palpitando em política; João Amoedo do NOVO, banqueiro dono do Itaú-Unibanco; Eduardo Leite e João Dória Jr âmbos do PSDB governadores do Rio Grande do Sul e de São Paulo respectivamente. Analisemos alguns pontos da carta e quem a assina para vermos a incoerência com o que se fala. A carta é oportunista. Primeiro ponto a ser analisado. Visto a gravidade e a consequência do Bolsonarismo no poder e aliado a gravíssima pandemia que vivemos, vê-se que Bolsonaro está acuado em um canto, produzindo fumaça para abafar a quantidade de mortes diárias que a pandemia provoca, muito e muito pelo governo negacionista que ele comanda. Vejo como oportunismo pois todos, repito todos que assinam ...